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Minhas mulheres

Eliane Triska
 
 
Eu soterrei em mim, quantas mulheres?
Até os encantos: os que o mundo enfeia.
Menti! Sentei-me à mesa sem talheres.
Comi com as mãos! Fome? Não! Neguei-a!
 
 
Essas mãos que costuram meus sentidos
(São tantos) e por tantas, eu sou delas.
Pares com graça! Sejam! Tenham sido!
Pare a festa! Morreu a Cinderela!
 
 
Celeste miniatura venusiana,
Cuspida pelo falo do Vesúvio.
Melado, rapadura, cal de cana!

 
Sou tantas... Mas deixo, às mortas muito antes
O meu grito de dor fundido a um uivo:
-Nasçam! Soçobrem! Eu? Sigo adiante!
 
Canoas, 29 de outubro/RS
 
 
 
 
 
Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 29/10/2012
Alterado em 13/08/2014
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